Um blog de opinião, cultura, memórias e outras coisas mais.
O 25 de Abril não se ficou só pelo dia. Antes e depois, as comemorações sucederam-se.
A chegar a maio, logo no dia 1, temos a comemoração do Dia do Trabalhador.
É o seguimento de uma data feliz que, aliada a esta, promete comemorações, promete festa, promete luta, até ao final de 2024.
Mas, a luta não vai parar. 2025 traz-nos outras lutas, traz-nos a esperança em dias claros.
Lutemos, pois.
Lutar é sempre uma arma que, para além do voto, não devemos desprezar.
No nosso concelho, Mira, temos, como já tivemos oportunidade ver e de ouvir. um lote grande de artistas, músicos e cantores.
A valorização dos mesmos compete aos nossos autarcas, em particular ao presidente da edilidade, também ele músico, mas, não só.
A valorização destes artistas também está nas nossas mãos.
Não nos podemos deixar de fora.
Lisboa, o resto do país, viram, logo pela manhã, uns seres atrevidos de cravo na lapela.
Nalgumas grandes cidades, passaram despercebidos.
Na província, nesta e naquela aldeia, o povo viu os cumplices do regime deposto, alguns conhecidos bufos, com o cravo na lapela.
Pensaram eles que o povo não tinha os olhos bem abertos, que não tinha memória.
Hoje, ainda, se vão vendo cravos na lapela daqueles, que aqui e ali, apanharam o comboio da história "esquecendo" o seu passado ligado a um regime que perseguiu, prendeu e matou.
50 anos passados, não apagamos a memória.
Em 2012, a 28 de abril, Mira tornou-se Capital da Liberdade.
Numa iniciativa idealizada pelo Movimento Cultura e Cidadania, e tendo como parceiros a Associação José Afonso, a Associação 25 de Abril, o Agrupamento de Escolas de Mira e a Câmara Municipal de Mira, entre outras, realizou-se uma homenagem a José Afonso e a Adriano Correia de Oliveira que juntou em Mira muitos amigos e, entre eles, Rui Pato, Carlos Carranca, Alípio de Freitas, Guadalupe Portelinha, Camilo Mortágua e Helena Pato.
Foi uma jornada inesquecível com cheiro a Abril.
Hoje, o momento pode ser lembrado através de um memorial situado no Jardim do Visconde.
Tive o privilégio de ser um dos convidados das comemorações dos 50 anos de liberdade organizadas pela Academia de Música de Cantanhede.
Foi uma jornada onde se respirou poesia e música por todos os poros.
Foi uma jornada onde as palavras ecoaram na memória e na esperança dos dias que se querem claros.
Foi uma jornada que ficará nas minhas recordações futuras como um grande momento de Abril e de liberdade.
Os professores e os alunos envolvidos prestaram um serviço exemplar à causa da liberdade, à memória de 25 de abril de 1974.
O meu 25 é de liberdade, é de ABRIL, é de futuro.
O teu, Nuno Melo. é o de novembro. E está tudo dito.
Cada um tem o 25 que merece.
Começa a ser bastante notória a força do futebol feminino em Portugal e, em particular, numa vasta região onde nos inserimos.
A realização, este mês, de um torneio interassociações desta modalidade, sub-14, em Mira e em Cantanhede, mostra bem o quanto tem vindo a crescer.
Parabéns a quem organiza, a quem apoia e às atletas que, desta forma, lutam para engrandecer o futebol no feminino.
Com este slogan que dá título a esta crónica, realiza o Jornal da Gândara, em parceria, a FEIRA DE TROCA DE LIVROS, uma iniciativa que tem dado frutos.
Com três edições em Mira e um em cada uma das localidades seguintes, Seixo, Cavadas, Carapelhos e Cantanhede, a feira tem proporcionado aos leitores e amigos dos livros a hipótese de renovarem a sua biblioteca a custo zero.
Os próximos meses irão ter novas edições. A seu tempo, nos lugares certos, serão divulgadas datas e locais.
Uma ideia que veio para ficar.
Já aqui escrevemos sobre a Sopa Gandareza e hoje vamos referir-nos às favas à moda de Mira.
E porquê?
Porque estes dois produtos, se fossem olhados com olhos de ver, podiam, podem, ser os produtos que nos identificavam gastronomicamente
A propósito, saúdo aqui a iniciativa da Junta de Freguesia de Mira que não deixou esquecer as favas que aqui os mirenses sabem fazer. O festival vai decorrer a 10, 11 e 12 de maio no Jardim do Visconde.
A fechar, espero que não descurem estes dois produtos, a sopa e as favas.
Estávamos em 1982, no dia 16 de outubro.
Em Lisboa, na Voz do Operário, eu participava na festa do jornal A BATALHA, dirigido por Emídio Santana, em conjunto com Vitorino, Jorge Palma, Mané Almeida e Sousa, grupo Nova Geração, entre outros.
A determinada altura, o referido diretor anuncia: O ADRIANO PARTIU.
A tristeza invadiu-nos, Um vazio cresceu ali. A "Trova do Vento que passa" foi cantada por todos.
HOJE, 50 ANOS DEPOIS DE ABRIL, O ADRIANO CONTINUA VIVO.
A luta também se fez, se faz, cantando.
Aluta também se fez, se faz, escrevendo.
Hoje e aqui, Abril presente, quero lembrar José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Luís Góis, Pedro Barroso, José Mário Branco, Carlos Carranca, Cândido Ferreira, Baptista - Bastos, António Arnaut, Bernardo Santareno, Mário Pais de Oliveira, José Saramago, Sophia de Melo Breyner Andresen, Natália Correia, Ary dos Santos e Joaquim Pessoa.
A memória não se pode apagar.
O dia 1 de abril é o dia em que as mentirinhas são usadas nos jornais, nas redes ou nos cafés do costume.
Mas, isso não tem importância nenhuma quando sabemos que os políticos usam a mentira como estratégia.
As campanhas eleitorais, todas, mostram-nos isso mesmo.
Prometem, prometem, mesmo sabendo que não vão cumprir.
Vale tudo para caçar o voto.
Vale tudo para enganar o povo.
A casa gandaresa é um ex-libris desta região em que nos inserimos.
Em 2015, fiz, para o Arquivo Municipal de Mira, um levantamento das casas gandaresas do concelho de Mira, tendo calcorreado as diversas localidades das quatro freguesias deste concelho.
A Universidade de Aveiro está atenta e já fez vários encontros sobre as mesmas.
No entanto, parece-me haver ainda muito a fazer para dar nova vida aquelas que ainda estão de pé.
Uma palavra aqui para as gentes do Seixo que, em boa hora, deram vida a uma dessas casas criando o Centro de Interpretação da Casa e Cultura Gandaresa.
Quando vejo, ouço e leio gente que faz da violência, seja ela física ou verbal, o seu modo de ser e estar, fico preocupado com aquilo em que a sociedade se está a tornar.
Por estranho que possa parecer, não são os mais velhos que são militantes dos adeptos da violência.
As camadas mais novas, sobretudo aqueles que andam agora nos 30 ou nos 40, são os que mais se destacam nesta onda de violência que vamos observando.
A educação, sobretudo a falta dela, e a falta de respeito pelo outro, fazem parte do lote.
Não podemos ignorar.
Dado que vivi e trabalhei em Loriga, no concelho de Seia, tenho um conhecimento razoável do que é o bolo negro de Loriga, isto mais do pont...
